Este é um tema bastante polêmico, sensível, mas de grande importância a ser refletido. Para escrever este texto, inspiro-me nas orientações da Tais e Roberta Bento, do SOS Educação, duas grandes estudiosas da área da educação no Brasil e no mundo, portanto confio demais.
Vamos lá para algumas considerações importantes:
Não tomar a decisão com base na emoção;
Não julgar a escola por um “recorte” de acontecimento, afinal até então, sempre teve acertos;
Não se deixe levar por propaganda e promessas sem saber o que realmente acontece, é preciso ver os resultados;
Ter inglês todos os dias é ótimo, falar que é bilíngue sem critérios não. Tente entender o que realmente é oferecido;
Procure entender se a escola oferece formação continuada aos professores;
É preciso ter um canal de comunicação aberto entre família e escola, desde que seja um canal oficial da escola, redes sociais particulares dos professores não são esses canais e, um professor profissional não conversa por eles;
Não julgar o professor de sua criança, caso seja mais introvertido, isso não diz sobre seu potencial e afeto dele com as crianças;
Não comparar a professora atual com a anterior, pois é de extrema importância que as crianças convivam com diferentes perfis, mesmo que não tenha tanta afinidade, isso só o fará crescer emocionalmente;
Mostrar que confia no professor, automaticamente a relação se ajusta com a criança;
Observe se a coordenação pedagógica faz acompanhamento dos estudantes e professores em sala, pois isso é fundamental;
Ajuste a rotina de estudos em casa para que tenha equilíbrio e a escola seja interessante, certifique-se se a criança apresenta dificuldade ou apenas resistência aos estudos, ambos precisam de atenção;
Mudar a criança de escola porque está “puxado” demais é passar a mensagem para a criança de que ele tem pouco senso de competência, cuidado;
Mudar a criança de escola porque está “fraca” demais é necessário refletir: fraca comparado a que? Fraca comparada a quem? Lembrem-se que há um currículo norteador para todas as escolas, o que muda são estratégias de como abordar o conteúdo, como cobrar o conteúdo e o que fazer com o conteúdo. Isso faz total diferença;
Mudar a criança de escola por questões financeiras… É adequado antes da mudança conversar com o administrativo da escola para verificar a possibilidade de ajustes no momento, muitas vezes é melhor alterar outros hábitos e manter a educação dos filhos, mas esta precisa ser vista como prioridade;
Mudar a criança de escola para acompanhar o amigo, nem sempre é a melhor saída, pois conviver sem esse amigo na turma trará possibilidades de conhecer e ampliar o repertório de amizade e poderão ter outros momentos juntos fora da escola;
Mudar a criança de escola para acompanhar o amigo, mostra intuitivamente que minha criança não é capaz de construir novas amizades;
É preciso saber como a escola coloca a metodologia escolhida em prática, muito mais do que saber qual a metodologia utilizada;
Mesmo que não seja o caso da sua criança, é importante saber: como a escola trabalha com inclusão, como trabalha com dificuldades de aprendizagem e como gerencia os conflitos;
A localização da escola, perto ou longe de casa é fator indiferente para algumas famílias e item principal para outras, então, é preciso analisar o que de fato é importante para a sua;
Mudar a criança de escola em transição de segmento, pode ser uma boa opção ou pode ser bem sensível, pois é preciso analisar todos os aspectos para que isso não seja brusco demais:
Mudança da educação infantil para o 1º ano: tantos detalhes importantes, como, há tempo ainda de brincar? A mobília tem tamanho adequado? A professora teve passagem pela educação infantil para entender as demandas dessa faixa etária? Como cuidam do emocional nessa transição? Há tempo separado de brincar e comer?
Mudança do fundamental I para o fundamental II: ainda mais delicado, pois saem de um contexto de professor exclusivo, muitas vezes materiais ainda coletivos e deixados em sala, mudando para um monte de professores (que não são pedagogos, apenas especialistas), aulas travadas de 50 minutos, diminuição do tempo de comer e muitas vezes nada de brincar…
A mudança de escola pode e deve ser bastante discutida em família, se possível também com a escola contando os motivos da saída, pois assim a escola também tem a oportunidade de entender e recalcular rotas.
Esperamos poder contribuir um pouquinho, compartilhe este texto com outras pessoas que precisam dessa reflexão.
Com carinho,
Cibele Renó
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