Por esse e tantos outros motivos é que temos orgulho em dizer que fomos e somos formadas por essa profissional incrível de um olhar tão sensível: Leila Oliveira
Dias atrás recebemos, pela primeira vez, um módulo do curso Pedagogo Pikler no Brasil. Maria Majoros, pediatra, e Maria Szucs, educadora, trabalham no Instituto Pikler desde 1976. Ambas conheceram Emmi Pikler e nos contaram diversas histórias que não encontramos em nenhum livro.
Das muitas histórias que ouvimos uma me marcou profundamente:
Um médico americano resolveu visitar o Instituto Pikler, quando o mesmo ainda era um orfanato. Ficou surpreendido com o que viu e resolveu anotar todos os detalhes do que via para replicar em seu país.
Já de volta aos Estados Unidos ele replicou mobília, brinquedos, alimentação, organização e número de educadores no orfanato em que era diretor.
Meses depois escreveu para Emmi Pikler contando que as crianças estavam piores do que antes de todas as mudanças que ele havia realizado, seguindo todas as recomendações e anotações que havia realizado.
Isto aconteceu, segundo a própria Emmi Pikler, pois, havia algo que ele nunca poderia replicar: As atitudes das educadoras.
A Abordagem Pikler é um sistema de atitudes que se manifesta, em especial, nos momentos de Cuidados.
A expressão “abordagem” significa uma forma de aproximação do outro. Portanto a abordagem Pikler não é um método, ou uma metodologia. A Abordagem Pikler é este sistema de atitudes, esperadas daqueles adultos que trabalhava com as crianças no Instituto localizado na Rua Lóczy.
Estas atitudes, na maioria das vezes, podem desenvolver-se nos adultos, porém, não podem ser ensinadas. As atitudes dos adultos que permitem às crianças crescerem com saúde e autonomia precisam estar, de alguma forma, em forma de semente na alma do educador. Um educador que recebeu acolhimento de mãos amorosas na infância, também recebeu a semente da atitude de empatia. Um educador que observou as nuvens em companhia de um adulto que validou seu olhar guardou consigo a atitude da atenção.
Se todos os bebês estivessem cercados por educadores empáticos e capazes de se relacionarem com atenção plena, o que aconteceria?
Como seriam os momentos de cuidados compartilhados por um educador empático e atencioso e um bebê que tem a alma aberta ao mundo?
Provavelmente, estas duas atitudes já seriam suficientes para transformar o início da vida de milhares de crianças.
Se você quer viver a Abordagem Pikler, lembre-se sempre que, ela começa com a transformação dos adultos e que, todo adulto precisa de tempo para que suas sementes floresçam.
Leila Oliveira Costa
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